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gica; sua ontologia individualista reduz a densidade social das instituições; suas aplicações


empíricas tendem a ser superficiais; e sua estagnação teórica dificulta o enfrentamento de


problemas contemporâneos. Essas fragilidades justificam a busca por fundamentos alter-


nativos, capazes de oferecer maior solidez ontológica e maior capacidade explicativa.

É


nesse ponto que o institucionalismo clássico e evolutivo ressurge como alternativa promis-


sora.


4

CONTRIBUIÇÕES DO INSTITUCIONALISMO


EVOLUTIVO


Diante das limitações da Nova Economia Institucional, o institucionalismo evolu-


tivo, herdeiro da tradição vebleniana, apresenta-se como alternativa teórica e metodoló-


gica mais consistente. Ao recolocar o hábito como categoria central e enfatizar a natureza


histórica e processual das instituições, essa perspectiva oferece instrumentos conceituais


capazes de explicar tanto a estabilidade quanto a mudança institucional.

Além disso,


ao dialogar com teorias contemporâneas da evolução socioeconômica, o institucionalismo


evolutivo amplia seu escopo explicativo, integrando dimensões cognitivas, organizacionais


e culturais da ação econômica.


4.1

O papel do hábito


O conceito de hábito constitui o núcleo da ontologia institucionalista evolutiva.


Para Veblen, hábitos são disposições persistentes de pensamento e ação, resultantes de


processos cumulativos de socialização e aprendizado.

Diferentemente da visão mecani-


cista de rotina, o hábito não é mera repetição automática de condutas, mas estrutura de


significados que orienta percepções, interpretações e escolhas. É nesse sentido que insti-


tuições podem ser compreendidas como configurações coletivas de hábitos, cristalizadas


em normas, práticas e expectativas sociais.


Ao recolocar o hábito no centro da análise, o institucionalismo evolutivo supera a


ontologia individualista da NEI. Indivíduos não são tomados como entidades pré-sociais


dotadas de racionalidade autônoma, mas como sujeitos constituídos por hábitos interna-


lizados historicamente. Essa concepção permite explicar não apenas a regularidade dos


comportamentos, mas também sua transformação, já que hábitos podem ser modificados


em contextos de crise, inovação tecnológica ou mudança cultural.


4.2

Rotinas organizacionais


A partir da década de 1980, a tradição institucionalista evolutiva encontrou res-


sonância nos estudos de organizações e economia da inovação, especialmente na obra de


9


Richard Nelson e Sidney Winter (

An Evolutionary Theory of Economic Change

, 1982).


Esses autores desenvolveram o conceito de rotinas organizacionais como análogas aos ge-


nes na biologia: padrões relativamente estáveis de comportamento coletivo que orientam a


ação das firmas. Rotinas são, em grande medida, institucionalizações de hábitos individu-


ais em nível organizacional, funcionando como mecanismos de coordenação, aprendizado


e inovação.


O enfoque nas rotinas permite compreender como organizações acumulam compe-


tências ao longo do tempo, por meio de processos de experimentação, seleção e retenção.


Ao contrário da lógica de eficiência da NEI, a ênfase recai sobre a diversidade de arran-


jos organizacionais e sobre a natureza histórica e contingente da mudança. Isso implica


reconhecer que diferentes trajetórias institucionais podem levar a resultados distintos,


mesmo sob condições semelhantes, desafiando explicações deterministas baseadas apenas


em custos de transação.


4.3

Capacidades dinâmicas


Desdobrando-se da noção de rotinas, a literatura sobre capacidades dinâmicas (Te-


ece, Pisano e Shuen, 1997) destaca a habilidade das organizações de integrar, construir e


reconfigurar competências em resposta a ambientes em transformação. Essa perspectiva


aproxima-se da economia institucional evolutiva ao enfatizar que a adaptação não decorre


de escolhas racionais isoladas, mas de processos coletivos e cumulativos enraizados em


práticas organizacionais e contextos institucionais.


As capacidades dinâmicas ilustram como instituições e organizações não apenas


restringem, mas também possibilitam inovação e mudança.

Essa abordagem contrasta


diretamente com a visão da NEI, que tende a compreender instituições como restrições


externas à ação. No quadro evolutivo, instituições são recursos cognitivos e normativos


que orientam e viabilizam a experimentação social.


4.4

Integração com teorias evolutivas


O institucionalismo evolutivo contemporâneo dialoga estreitamente com aborda-


gens da teoria da evolução cultural, da psicologia cognitiva e da sociologia histórica.


Autores como Geoffrey Hodgson têm enfatizado que instituições devem ser compreendi-


das como sistemas de regras socialmente transmitidas, sujeitas a mecanismos análogos de


variação, seleção e retenção.

Esse enquadramento permite articular níveis micro, meso


e macro da análise, conectando hábitos individuais, rotinas organizacionais e arranjos


institucionais mais amplos.


Ao adotar essa perspectiva evolutiva, supera-se o problema da regressão infinita


institucional.

A emergência das instituições pode ser explicada pela sedimentação gra-


dual de hábitos e práticas recorrentes, que ao longo do tempo adquirem estabilidade e


10


legitimidade. Esse processo não depende de pressupostos de racionalidade ex ante, mas


de dinâmicas históricas de aprendizado coletivo. Assim, a ontologia do hábito oferece um


fundamento mais sólido e empiricamente observável para explicar tanto a origem quanto


a transformação das instituições.


4.5

Síntese


As contribuições do institucionalismo evolutivo podem ser sintetizadas em três


pontos principais.

Primeiro, a centralidade do hábito como elo entre indivíduo e socie-


dade, que permite superar a visão individualista da NEI. Segundo, a ênfase nas rotinas


e capacidades dinâmicas, que evidenciam como organizações acumulam competências e


se adaptam a ambientes mutáveis. Terceiro, a integração com teorias evolutivas contem-


porâneas, que fornecem mecanismos analíticos para explicar a emergência, persistência


e transformação das instituições. Essas contribuições tornam o institucionalismo evolu-


tivo não apenas uma alternativa crítica à NEI, mas também uma perspectiva propositiva,


capaz de dialogar com desafios teóricos e práticos da economia contemporânea.


5

APLICAÇÕES CONTEMPORÂNEAS


A relevância do debate entre a Nova Economia Institucional (NEI) e o instituci-


onalismo evolutivo ultrapassa o âmbito estritamente teórico. As escolhas metodológicas


de cada abordagem resultam em diagnósticos distintos sobre problemas econômicos e so-


ciais concretos, influenciando diretamente o desenho de políticas públicas e estratégias de


regulação.

Nesta seção, discutem-se três áreas centrais da atualidade: a governança da


inteligência artificial, a transição diante das mudanças climáticas e os desafios da desi-


gualdade social. Em cada caso, evidencia-se como os limites da NEI comprometem sua


capacidade explicativa e normativa, ao passo que o institucionalismo evolutivo oferece


alternativas mais robustas.


5.1

Inteligência artificial e governança algorítmica


A difusão da inteligência artificial (IA) e dos algoritmos de decisão automatizada


coloca em pauta dilemas éticos, jurídicos e econômicos de grande magnitude. Do ponto


de vista da NEI, a análise tenderia a se concentrar nos custos de transação associados


à assimetria de informações e na definição de contratos que regulem a relação entre de-


senvolvedores, usuários e reguladores. A preocupação central recairia sobre o desenho de


mecanismos de incentivo capazes de alinhar interesses e reduzir riscos de oportunismo.


Essa abordagem, embora relevante em parte, mostra-se insuficiente diante da com-


plexidade da governança algorítmica. Questões como vieses discriminatórios incorporados


em sistemas de IA, impactos sobre o mercado de trabalho e riscos existenciais associados


11


à autonomia tecnológica não podem ser reduzidos a problemas de eficiência contratual.


Aqui o institucionalismo evolutivo oferece maior densidade analítica: ao enfatizar hábitos


e rotinas, permite compreender como práticas sociais e valores culturais são incorpora-


dos nos próprios algoritmos, influenciando padrões de decisão e reforçando desigualdades


históricas. Além disso, destaca a importância de processos de aprendizado coletivo e de


regulação adaptativa, que se ajustam a mudanças tecnológicas em tempo real.


Nesse quadro, instituições não são apenas restrições externas, mas recursos norma-


tivos e cognitivos que moldam tanto o desenvolvimento quanto o uso da IA. Isso implica


uma perspectiva de governança mais ampla, voltada não apenas para reduzir custos de


transação, mas para garantir legitimidade, equidade e responsabilidade social no uso da


tecnologia.


5.2

Mudança climática e transição energética


A emergência climática constitui talvez o maior desafio coletivo da contemporanei-


dade. A abordagem da NEI, centrada em incentivos econômicos e redução de custos de


transação, tende a privilegiar soluções de mercado, como sistemas de comércio de emis-


sões e precificação de carbono. Embora tais instrumentos tenham relevância, sua eficácia


depende de pressupostos fortes sobre racionalidade dos agentes e eficiência institucional,


que nem sempre se verificam em contextos históricos e políticos concretos.


O institucionalismo evolutivo, ao contrário, permite compreender por que socieda-


des reagem de maneira distinta frente ao mesmo desafio climático. Hábitos de consumo,


rotinas produtivas e instituições energéticas acumuladas ao longo de décadas condicionam


as possibilidades de transição.

A dependência de trajetória (

path dependence

) torna-se


um elemento central:

países altamente dependentes de combustíveis fósseis enfrentam


maiores resistências institucionais à mudança, não apenas por interesses econômicos, mas


por hábitos culturais profundamente enraizados no uso de energia.


Além disso, o enfoque evolutivo permite destacar o papel das capacidades dinâmi-


cas das organizações na transição energética. Empresas, governos e comunidades precisam


reconfigurar rotinas e desenvolver novas competências para adotar tecnologias limpas, em


um processo cumulativo de aprendizado coletivo.

Assim, a mudança climática não é


apenas um problema de precificação ou de incentivos contratuais, mas um desafio institu-


cional profundo, que exige transformações de hábitos, rotinas e arranjos sociais de longo


prazo.


5.3

Desigualdade social e reprodução institucional


A desigualdade crescente nas últimas décadas constitui outro terreno fértil para


comparar abordagens.

A NEI tende a interpretar desigualdade como falha institucio-


nal que gera custos adicionais ou reduz eficiência econômica, recomendando reformas no


12


desenho de regras formais (direitos de propriedade, enforcement contratual, acesso a cré-


dito). Embora importantes, tais medidas pouco explicam a persistência de desigualdades


estruturais em sociedades marcadas por exclusões históricas.


O institucionalismo evolutivo, ao enfatizar hábitos e instituições como disposições


sociais duráveis, oferece um diagnóstico mais realista. A desigualdade não decorre ape-


nas de falhas contratuais, mas da reprodução histórica de instituições excludentes, que


moldam preferências, oportunidades e expectativas de diferentes grupos sociais. Padrões


de discriminação de gênero, raça e classe são incorporados em rotinas organizacionais,


práticas de mercado e arranjos estatais, perpetuando assimetrias mesmo em contextos de


crescimento econômico.


Nesse sentido, políticas de enfrentamento da desigualdade exigem mais do que


ajustes em incentivos ou regras formais: requerem transformação institucional profunda,


envolvendo mudanças de hábitos culturais, práticas organizacionais e arranjos de gover-


nança.

A perspectiva evolutiva destaca que tais transformações são processos de longo


prazo, marcados por conflitos sociais, aprendizado coletivo e inovação institucional.


5.4

Síntese


A análise das aplicações contemporâneas permite extrair três conclusões principais.


Primeiro, a abordagem da NEI, centrada na eficiência e nos custos de transação, mostra-se


insuficiente para captar a complexidade dos desafios atuais. Segundo, o institucionalismo


evolutivo, ao privilegiar hábitos, rotinas e processos históricos, oferece instrumentos analí-


ticos mais adequados para compreender tais fenômenos. Terceiro, a perspectiva evolutiva


não apenas descreve limitações, mas aponta caminhos propositivos para políticas públicas


e arranjos institucionais mais eficazes, capazes de enfrentar desafios como a governança


tecnológica, a emergência climática e a desigualdade social.


6

DISCUSSÃO GERAL


A análise das seções anteriores evidencia que o debate entre a Nova Economia


Institucional (NEI) e o institucionalismo evolutivo transcende divergências conceituais


pontuais, configurando-se como um verdadeiro confronto de paradigmas. A NEI, ao pre-


servar a racionalidade individual e a eficiência como critérios organizadores, oferece uma


visão simplificada das instituições, concebendo-as como restrições externas que reduzem


custos de transação.

O institucionalismo evolutivo, por sua vez, propõe uma ontologia


processual, na qual hábitos e rotinas constituem a base da ação econômica e explicam


tanto a persistência quanto a transformação institucional.


13


6.1

Comparação teórica


Do ponto de vista teórico, a NEI apresenta uma vantagem inicial em termos de for-


malização e diálogo com o mainstream, mas enfrenta dificuldades em explicar a emergência


das instituições (regressão infinita), em capturar a complexidade da mudança histórica e


em lidar com dimensões não econômicas da vida social. Já o institucionalismo evolutivo,


ao enfatizar o papel constitutivo dos hábitos e das rotinas, oferece maior solidez ontoló-


gica e mecanismos mais realistas de explicação. Essa diferença é particularmente visível


na análise da mudança: enquanto a NEI privilegia escolhas racionais em busca de efici-


ência, o institucionalismo evolutivo concebe a transformação institucional como processo


cumulativo de aprendizado, experimentação e conflito.


6.2

Implicações epistemológicas


A divergência também se manifesta no plano epistemológico.

A NEI, ao adotar


pressupostos derivados da microeconomia neoclássica, mantém-se próxima de uma lógica


dedutiva-formal, na qual hipóteses são testadas por meio de modelos e indicadores. O ins-


titucionalismo evolutivo, em contraste, assume um enfoque histórico-indutivo, valorizando


a análise contextual e a pluralidade metodológica. Isso implica reconhecer que instituições


não podem ser reduzidas a variáveis independentes em modelos formais, mas devem ser


compreendidas como processos dinâmicos que interagem com múltiplas dimensões sociais.


Essa diferença epistemológica tem consequências práticas. A NEI tende a privile-


giar explicações universais e transcontextuais, sugerindo que instituições eficientes seriam


convergentes em direção a um modelo ideal.

O institucionalismo evolutivo, por outro


lado, ressalta a diversidade institucional e a dependência de trajetória, reconhecendo que


arranjos distintos podem ser igualmente funcionais em contextos históricos e culturais


diversos.


6.3

Implicações normativas e políticas


As escolhas teóricas e epistemológicas refletem-se em diferentes diagnósticos e reco-


mendações normativas. A NEI, ao centrar-se na eficiência, sugere reformas institucionais


voltadas à redução de custos de transação e à criação de incentivos adequados. Essa pers-


pectiva tem inspirado, por exemplo, políticas de privatização, desregulação e liberalização


de mercados.

Já o institucionalismo evolutivo, ao destacar hábitos e rotinas, orienta-se


para transformações mais profundas e de longo prazo, que envolvem mudanças culturais,


organizacionais e sociais.


Na prática, isso significa que políticas públicas inspiradas na NEI tendem a propor


soluções de curto prazo baseadas em ajustes contratuais, enquanto abordagens evolutivas


enfatizam processos de aprendizado coletivo, inovação institucional e construção gradual


14


de legitimidade. Assim, frente a desafios como a governança da inteligência artificial, a


transição climática e a desigualdade social, a perspectiva evolutiva mostra-se mais ade-


quada para lidar com a complexidade e a incerteza inerentes a tais fenômenos.


6.4

Síntese comparativa


A discussão geral pode ser sintetizada em três pontos principais. Primeiro, a NEI,


apesar de sua difusão e formalização, enfrenta limitações teóricas significativas, especial-


mente no que diz respeito à gênese e à mudança institucional. Segundo, o instituciona-


lismo evolutivo, ao recolocar o hábito e as rotinas no centro da análise, oferece uma base


ontológica mais consistente e mecanismos explicativos mais realistas. Terceiro, as implica-


ções normativas de cada abordagem diferem substancialmente: enquanto a NEI privilegia


eficiência e incentivos, o institucionalismo evolutivo valoriza aprendizado, diversidade e


transformação histórica.


Dessa comparação resulta uma conclusão central: compreender instituições como


restrições externas à ação, como propõe a NEI, reduz sua densidade social e limita sua


capacidade explicativa. Enxergá-las como configurações de hábitos e rotinas, como sugere


o institucionalismo evolutivo, permite captar tanto sua persistência quanto sua transfor-


mação, oferecendo maior potencial para enfrentar os desafios contemporâneos.


7

CONCLUSÃO


O confronto entre a Nova Economia Institucional (NEI) e o institucionalismo evo-


lutivo não é apenas uma divergência de ênfase ou de linguagem, mas a expressão de dois


modos distintos de conceber a realidade econômica e social. Ao longo do artigo, buscou-se


demonstrar que, embora a NEI tenha contribuído para recolocar as instituições no centro


do debate econômico, sua permanência em um quadro teórico derivado da racionalidade


neoclássica limita sua capacidade de explicação e de proposição normativa. A dependência


da noção de custos de transação e a concepção das instituições como restrições externas


acabam por reduzir sua densidade social e histórica.


O institucionalismo evolutivo, ao contrário, reconstrói a análise institucional a


partir de bases mais consistentes.

Habitos e rotinas, em vez de indivíduos atomizados


maximizadores, constituem o núcleo da ação econômica. Essa perspectiva permite com-


preender não apenas a persistência das instituições, mas também sua transformação ao


longo do tempo, por meio de processos de aprendizado coletivo, conflito e inovação. Tal


enfoque mostra-se particularmente fértil quando aplicado a problemas contemporâneos,


como a governança da inteligência artificial, a emergência climática e a desigualdade so-


cial, nos quais a complexidade histórica e cultural não pode ser reduzida a incentivos


contratuais.


15


Do ponto de vista normativo, a diferença é igualmente significativa.

A NEI ins-


pira políticas de curto prazo, baseadas na criação de incentivos e na redução de custos


de transação.

Já o institucionalismo evolutivo orienta-se por transformações de longo


prazo, que exigem mudanças em hábitos culturais, arranjos organizacionais e práticas


sociais.

Trata-se de uma visão mais realista e, ao mesmo tempo, mais ambiciosa, pois


reconhece a profundidade histórica das instituições e a necessidade de processos coletivos


de aprendizado e adaptação.


A análise realizada permite sugerir uma agenda de pesquisa futura em três frentes.


Primeiramente, o aprofundamento da dimensão histórica e comparativa, explorando como


diferentes trajetórias nacionais condicionam padrões institucionais contemporâneos. Em


segundo lugar, o diálogo interdisciplinar com áreas como a ciência política, a sociologia


e a antropologia, a fim de enriquecer a compreensão das instituições como construções


sociais multifacetadas. Por fim, a exploração prática das implicações do institucionalismo


evolutivo para o desenho de políticas públicas, especialmente em áreas críticas como


regulação tecnológica, transição energética e redução de desigualdades.


Conclui-se, portanto, que o institucionalismo evolutivo não apenas supera algumas


das limitações teóricas da NEI, mas também oferece uma visão mais ampla e potente para


enfrentar os desafios do século XXI. Ao colocar hábitos, rotinas e processos históricos


no centro da análise, reconstrói a teoria institucional em bases mais sólidas, capazes


de articular explicação e normatividade de forma integrada.

Se a NEI representou um


avanço ao recolocar as instituições no campo da economia, o institucionalismo evolutivo


projeta esse avanço para um patamar superior, ao conceber as instituições como elementos


constitutivos da própria vida econômica e social.


16


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